Jean Siméon Chardin a natureza morta e as cenas de gênero

Jean-Baptiste-Siméon Chardin nasceu no ano de 1699 na cidade de Paris na França. O artista é considerado um dos maiores pintores de natureza morta de sua época, também se destacou na pintura de ambientes de cozinha, no uso do material pastel em suas pinturas e por ser um especialista na pintura de gênero em seu período e o seu importante trabalho de retratar uma vida pouco mostrada, a dos burgueses, era sempre e a nobreza que aparecia na arte.

O pai do artista era um artesão e Jean Chardin demonstrou uma grande habilidade artística sendo matriculado na Académie de Saint-Luc, lugar onde pintou uma das obras que mais chamaram a atenção no começo de sua carreira, a pintura conhecida pelo nome de Le Buffet.

Le Buffet, Jean Siméon Chardin.

Le Buffet é uma pintura que o artista retratou uma mesa, na verdade um balcão, com uma toalha branca, e uma pirâmide de frutas em cima, vemos um cachorro embaixo, olhando para essas frutas, existem dois jarros transparentes e um de prata, parte desse balcão está descoberto. Chardin imprime bastante realismo à essa cena. Le Buffet chamou a atenção de diversas pessoas em sua época, sendo escolhida para ser exposta na Académie royale de peinture et de sculpture, essa pintura também foi copiada no século XIX pelo próprio Henri Matisse. Hoje em dia essa pintura se encontra no museu do Louvre.

La raie é outra pintura que chamou a atenção, junto com Le Buffet.

La raie, Jean Siméon Chardin.

La raie, de Jean Siméon Chardin é uma pintura de natureza morta que também aparece um pet, mas dessa vez é um gatinho, ele está no lado esquerdo da pintura, e aparece arqueado, como se estivesse recém pulado no local em que está, mas também pode estar assustado com alguma coisa, não tem essa pintura em alta resolução para ver melhor então não dá pra eu saber. Essa pintura também foi exposta junto com Le Buffet na Académie royale de peinture et de sculpture, e se encontra no Museu do Louvre atualmente.

O artista começou a prosperar, mesmo numa época em que o rococó estava em alta, e Chardin pintava pinturas de gênero ou natureza morta, suas obras de arte eram reproduzidas através de cópias feitas em gravuras e ele recebia royalties por isso, sendo um dos primeiros artistas bem sucedidos por essa modalidade de ganhar dinheiro com arte, pois não era fácil ter retorno financeiro assim. Chardin também era popular na corte do rei Luís XV, mas outros nobres mais extravagantes como a Madame de Pompadour não simpatizavam com Chardin.

Jean Siméon Chardin foi desafiado a pintar algo além de natureza morta e passou a pintar temas da vida burguesa como a pintura A Lavadeira:

A Lavadeira, Jean Siméon Chardin.

A Lavadeira é uma pintura que mostra o terceiro estado, o estado invisível, a parte da sociedade que o rei e os nobres se recusavam a olhar, enquanto esbanjavam dinheiro, comida, sem pensar em consequências, se a pandemia da covid-19 nos mostrou alguma coisa é que não adianta ignorar um problema e fingir que não existe porque ele existe e sempre vai nos alcançar, é questão de tempo.

Nessa pintura de Chardin podemos ver uma imagem mais simples, não existe o exagero dramático do rococó, a mulher está numa cena cotidiana, a criança está sentada brincando. A paleta de cores é austera, no espelho está refletido a imagem de outra criada que está estendendo a roupa. Nada é extravagante nessa pintura.

Uma outra pintura que ele mostra uma criada cuidando de uma casa burguesa se chama A criada na cozinha.

A criada na cozinha, Jean Siméon Chardin.

A criada na cozinha, Jean Siméon Chardin retratou uma criada de uma casa burguesa, como eu sei que é burguesa e não da nobreza? Porque a nobreza esbanjava muito muito e muito, os relatos dessa época sobre os banquetes, o lixo gerado, o trabalho dos empregados e sobre quem eram esses empregados. Para gerar aquele nível de descontentamento tem que cruzar um limite bem alto e atravessaram essa linha.

Na pintura a criada aparece executando uma tarefa comum, não existe nenhum drama como em pinturas do estilo artístico do rococó, a paleta de cores está de acordo a esta cena do cotidiano da empregada, existe objetos como abobora, ovos, uma faca de cortar carne, algumas panelas pelo chão, uma típica cena de gênero.

As pinturas feitas por Jean Siméon Chardin foram estudadas por artistas do século XIX como Éduard Manet, pois Chardin foi um dos poucos artistas que fizeram sucesso fora da corrente artística do rococó nessa época na França.

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3 comentários em “Jean Siméon Chardin a natureza morta e as cenas de gênero

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