Fernand Léger, o pintor “tubista”

O cubismo foi um movimento artístico de vanguarda que surgiu na Europa graças, inicialmente, à algumas obras de Paul Cézanne. O nome dessa corrente artística foi dada por Louis Vauxcelles, um crítico ferrenho de arte. Fernand Léger também foi um pintor cubista, mas devido as particularidades de suas pinturas, Vauxcelles deu o nome de tubista, a arte produzida por Leger. O artista nasceu no ano de 1881, em Argentan, na França.

Fernand Léger nasceu em uma família de pecuaristas, seu pai criava gado. O artista estudou arquitetura, por isso se interessou pela confecção de desenhos. Léger tentou entrar para a Escola de Belas Artes de Paris, por tanto o artista se matriculou na Escola de Artes Decorativas. O pintor estudou em estúdios artísticos de professores da Escola de Belas Artes de Paris, mas não achou que esse período de aprendizagem foi produtivo. O artista também frequentava a Académie de la Grande-Chaumière para estudar e pintar nus artísticos.

Assim como outros artistas cubistas, Fernand Léger ficou muito impressionado com as obras de Paul Cézanne quando elas foram exibidas no ano de 1907, numa exposição dedicada ao artista. Uma das pinturas de Paul Cézanne serviu de inspiração para o movimento artístico do cubismo, essa obra se chama A montanha Sainte-Victoire vista da pedreira de Bibémus:

A montanha Sainte-Victoire vista da pedreira de Bibémus, Paul Cézanne.

Na pintura acima, Paul Cézanne mostra um início de cubismo ao fragmentar a imagem, embora não seja uma obra cubista propriamente dita, é possível ver que o artista mostra uma espécie de proto-cubismo. Podemos ver nessa pintura que o artista começou a transformar a sua representação da paisagem da pedreira em pedaços de cubos. Por isso essa pintura inspirou tanto os cubistas, pois Cézanne apresenta uma nova estética que poderia ser explorada por outros artistas.

Léger começou a levar a pintura a sério e em 1910, o artista expos no Salon d’Automne. A obra que ele apresentou ao público se chama Nus na floresta:

Nus na floresta, Fernand Léger.

Em Nus na floresta, Fernand Léger usa a mesma fragmentação da estética cubista, mas ele usa a forma geométrica de tubos, por isso Louis Vauxcelles chamou seu novo estilo artístico de tubismo. Além disso, o artista utiliza das cores pálidas e muitas vezes beirando ao monocromático, uma característica que também pode ser observada em outras obras cubistas de outros artistas.

Fernand Léger também era parte do grupo da Section d’Or, e expos suas obras junto com os cubista no Salon des Indépendants, apresentando outras pinturas, uma delas se chama Le compotier:

Le compotier, Fernand Léger.

Le compotier é uma pintura que o artista utilizou formas geométricas fragmentadas, podemos ver que existem tubos na figura, também tem triângulos e formatos arredondados. Nessa pintura é possível perceber que o artista está ficando cada vez mais familiarizado com o cubismo.

No ano de 1912 o artista pinta A Mulher de Azul:

A mulher de Azul, Fernand Léger.

A pintura acima mostra que o artista está evoluindo do cubismo para um estilo artístico próprio. A Mulher de Azul é uma obra que mostra a fragmentação típica de obras cubistas, mas o artista vai mais além ao colocar formas arredondadas, e uma espécie trituramento dos objetos da pintura em que ele faz pedaços cada vez menores em algumas partes dessa pintura. Os fragmentos menores nessa obra lembram os mosaicos, o artista não usa as colagens nas suas pinturas, por isso cria esse efeito mosaico em algumas de suas obras.

Com o início da Primeira Guerra Mundial, o artista serve ao exército francês por dois anos, entre 1914-1916. No front de batalha, Fernand Léger quase morre quando os alemães lançam um ataque químico com gás mostarda. Sua experiência na Primeira Guerra Mundial faz sua estética artística passar por uma nova transformação, e suas pinturas se tornam mais “mecânicas”, como podemos ver em Soldado com cachimbo:

Soldado com cachimbo, Fernand Léger.

Em Soldado com cachimbo podemos ver que o artista utiliza seus famosos tubos para compor essa obra, além de usar uma paleta de cores que cria um efeito metálico. Seu tempo na Primeira Guerra Mundial fez o artista perceber a evolução tecnológica e industrial da época.

A partir da década de 1920, o artista passa a fazer pinturas mais harmoniosas, uma coisa que todos buscavam após o período da Primeira Guerra Mundial. Fernand Léger continua tendo seu estilo próprio, ele utiliza cores mais vivas, formatos reconhecíveis, mas sempre retratando as coisas de seu jeito, como podemos ver em Mãe e Filho:

Mãe e Filho, Fernand Léger.

A pintura acima apresenta características da sociedade industrial e moderna que estava se formando na época, podemos ver pelo cômodo representado alguns objetos que remetem a esse tipo de sociedade, como os talheres que aparecem na pintura.

O artista conhece os Estados Unidos na década de 1930, e com o início da Segunda Guerra Mundial, Fernand Léger decide se mudar para o país. Léger passa a lecionar na Universidade de Yale. O artista volta para a França com o fim da guerra, e seu tempo nos Estados Unidos fazem que o artista passe a fazer diversos tipos de obras como mosaicos, murais, vitrais e etc.

Fernand Léger morre no ano de 1955.

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