James Tissot e a vida burguesa no século XIX

Jacques-Joseph Tissot nasceu no ano de 1836 em Nantes na França. Esse artista difere um pouco dos pintores franceses do século XIX pois fez sucesso na sociedade francesa e inglesa. Tissot era um artista que fez pinturas sobre mulheres vitorianas, mostrando o melhor da moda na sua época. Apesar de circular entre os artistas academicistas e os de vanguarda, Tissot não seguiu nenhuma corrente artística mais específica, além do Japonismo, que era a inclusão de objetos e temas com inspiração no leste asiático, especialmente o Japão.

O artista começou seu treinamento artístico na Ecole des Beaux-Arts de Paris, Tissot passou a frequentar os estúdios do grande professor de arte Louis Lamothe, que foi aluno do próprio Jean-Auguste-Dominique Ingres. Tissot se tornou amigo de Edgar Degas. Porém o artista que mais influenciou Tissot foi Jan August Hendrik Leys. Uma das obras de arte que mostram o estilo artístico de Hendrik Leys é a pintura abaixo, um retrato de sua filha Lucie Leys.

Lucie Leys, Hendrik Leys.

Tissot agradou a sociedade parisiense, por causa disso, ele expôs no Salão de Paris de 1859. Nesse vento o artista apresentou obras de arte inspiradas na época medieval. James Tissot lutou na guerra Franco-Prussiana. Após ter lutado nessa guerra, o artista trocou Paris por Londres, onde começou a pintar retratos de mulheres da alta sociedade da Inglaterra. Uma dessas pinturas que Tissot fez com essa temática se chama No Tâmisa:

No Tâmisa, James Tissot.

O artista se tornou famoso na alta sociedade inglesa, como podemos ver na pintura acima, James Tissot retrata os vestidos com detalhes, retratando a moda vitoriana dessa época. Outra obra que o artista confeccionou mostrando como as mulheres se vestiam se chama No conservatório:

No conservatório, James Tissot.

James Tissot retrata a vida nas altas classes burguesas, como a Inglaterra foi a pioneira na Revolução Industrial, os aristocratas burgueses também se encontravam nesse lugar. O artista frequentava esses ambientes. Podemos ver em sua pintura que o artista tenta imprimir realismo e uma cena dinâmica, pois supostamente os modelos das pinturas não estão posando para o artista.

Algumas pessoas foram críticas em relação a esse retrato da alta sociedade inglesa dizendo que o artista era como um fotógrafo colorido de cenas vulgares. Porém, são essas representações da vida cotidiana da alta sociedade que o tornaram um artista muito requisitado. Na pintura Uma história tediosa demonstra essa característica de James Tissot:

Uma história entediante, James Tissot.

Em Uma história entediante vemos uma cena típica das mulheres da alta sociedade, que vivia nos espaços internos tratando de frivolidades. James Tissot fez uma outra pintura retratando uma menina em frente a uma lareira, mostrando o detalhe dos vestidos da época:

Na lareira, James Tissot.

Na pintura acima podemos ver o detalhe do cachorro ao lado da menina, uma representação do cotidiano. O artista se encaixou tão bem na sociedade inglesa que se tornou membro de um clube privado de artistas conhecido pelo nome de The Arts Club.

Um outro grande detalhe na carreira de James Tissot foi sua participação como ilustrador no jornal Vanity Fear, especializado em fazer sátiras e caricaturas e circulou entre os anos de 1868 a 1914. É muito interessante que James Tissot tenha trabalhado para esse jornal que criticava algo que ele se tornou especialista em retratar, a vaidade da nova classe burguesa.

Edgar Degas convidou James Tissot para participar da nova exposição que ele estava organizando, a primeira exposição dos impressionistas, porém James Tissot recusou o convite. James Tissot também foi o responsável por criar a Royal Society of Painter-Printmakers, uma instituição artística. O artista conheceu uma mulher chamada Kathleen Newton, que se tornou sua musa e amante.

Uma das pinturas japonistas, em que o artista mostra um objeto oriental se chama Verão:

Na pintura acima James Tissot retratou sua musa, Kathleen Newton. Essa obra mostra influências do Japão na sombrinha utilizada por Kathleen. O artista retratou sua amante em muitas obras suas.

Além de retratar o ambiente doméstico, o artista também pintava mulheres em paisagens externas, como a Jovem no Barco:

Jovem no barco, James Tissot.

Nessa pintura podemos perceber que além da mulher jovem tem um cachorro da raça pug atrás no barco.

Quando Kathleen morreu, James Tissot voltou à Paris, onde sofre uma reviravolta artística, agora em vez de retratar cenas cotidianas, o artista pinta temas religiosos. Para se inspirar nesse novo tema, o artista decide viajar ao Oriente Médio, que é o lugar onda a narrativa bíblica ocorre. Uma de suas obras desse seu último período se chama A arca passando pelo rio Jordão (tradução livre):

A arca passando pelo rio Jordão, James Tissot.

James Tissot morre no ano de 1902 na região de Doubs na França, deixando muitos trabalhos inacabados.

Referências e Imagens:

https://fr.wikipedia.org/wiki/James_Tissot

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