Elisabeth Vigée Le Brun, a pintora favorita de Maria Antonieta

Élisabeth Louise Vigée Le Brun, mais conhecida como Madame Le Brun, nasceu no ano de 1755, em Paris na França. A artista é uma retratista famosa, que foi patrocinada pela rainha Maria Antonieta, muitos das imagens que temos da rainha da França foram pintadas por Madame Le Brun. Seu estilo artístico é considerado uma mistura do Rococó com o estilo neoclássico.

Seu pai, Louis Vigée, era membro da Academia de São Lucas em Paris e um pintor retratista, por isso seu primeiro mestre acabou sendo Louis. Porém, Louis Vigée, morre quando Elisabeth tem apenas doze anos de idade. Após a morte do seu pai, Elisabeth se muda com sua mãe e o padrasto para uma rua que fica próxima ao Palácio Real, o relacionamento com o padrasto Jacques-François Le Sèvre, que era joalheiro mas considerado um homem muito avarento. A artista continuou o seu treinamento em arte com o pintor Gabriel-François Doyen. Seu novo mestre era um artista que havia ganhado o Prix de Rome.

Collection Motais de Narbonne – Le sacrifice d’Iphigénie – Gabriel-François Doyen

Além de Doyen, outro artista que também treinou a Madame Le Brun foi Claude Joseph Vernet, um artista famoso por toda a Europa pro causa de suas paisagens marinhas.

Noite – Cena da costa mediterrânea com pescadores e barcos, Vernet.

Elisabeth Le Brun aproveitava o acesso que ela possuía aos meios artísticos graças a seu pai e os artistas que se dispuseram a ajudar em seu treinamento. Le Brun podia circular pelo Louvre onde copiava os grandes mestres que estavam expostos na galeria como Rembrandt e Antoine van Dyck. Ainda na adolescência, Elisabeth começa a pintar diversos retratos e autorretratos.

Autorretrato de Eksabeth Vigée Le Brun aos dezesseis anos.

Ela recebeu encomendas de retratos ainda na adolescência, mas seu padrasto ficava com toda a renda destas pinturas feitas por Elisabeth, além de ter um registro de quantas pinturas a artista produzia por ano. Em 1774, a pintora consegue ser admitida na Academia de São Lucas que exibe algumas de suas obras.

Para conseguir se libertar do seu padrasto mesquinho, Elisabeth acaba se casando com o negociante de arte Jean-Baptiste-Pierre Le Brun, apesar do seus familiares serem contra essa união. Seu marido tinha um grau de parentesco com o pintor da corte de Luís XIV, Charles Le Brun. Graças as conexões familiares, Elisabeth conseguiu ser admitida na corte do rei Luís XVI. No ano de 1778 ela faz um retrato da rainha Maria Antonieta que gosta do seu trabalho e então ela se torna a pintora oficial de Maria Antonieta. O famoso retrato da rainha segurando uma rosa foi pintado por Elisabeth Vigée Le Brun. A pintura de Maria Antonieta com um vestido azul é a segunda versão do quadro em que a rainha aparece segurando uma rosa.

Maria Antonieta segurando uma rosa, Elisabeth Vigée Le Brun.

No Salão de Paris em 1783, Elisabeth exibe uma versão desta pintura, a primeira que ela fez, da rainha Marian Antonieta segurando uma rosa mas vestindo um traje mais informal, um vestido branco simples de musselina. Esta pintura recebe o nome de A Rainha em gala. A obra causa um certo escândalo na época por retratar a rainha vestida de um jeito mais simples e com um traje considerado íntimo para os padrões da época.

Maria Antonieta em gala, Elisabeth Le Brun.

Esta imagem faz parte dos esforços da rainha de se mostrar mais próxima ao povo, neste período aconteceria a famosa Revolução Francesa, que acabaria levando a rainha e o rei à guilhotina posteriormente.

Podemos ver os trajes luxuosos que a rainha Maria Antonieta usava através dos quadros feitos por Elisabeth, como na pintura Maria Antonieta em vestido de cetim branco.

Maria Antonieta em vestido de cetim branco, Elisabeth Vigée Le Brun.

Devido a grande popularidade de Elisabeth Vigée Le Brun, sua mansão vivia lotada de visitas de pessoas da alta corte francesa. Seus retratos custam muito caro, porém este dinheiro não ficava com Elisabeth e era usado por seu marido, que era um conhecido viciado em jogos de azar.

Maria Antonieta e seus filhos, Elisabeth Vigée Le Brun.

Quando aconteceu a Revolução Francesa, a artista teve que fugir da França, principalmente após a prisão do rei Luís XVI e a rainha Maria Antonieta. Sua mansão foi saqueada e os revolucionários tentaram colocar fogo em sua casa. Madame Le Brun teve que se disfarçar de operária para cruzar o país, ela chega a ser reconhecida durante o trajeto, porém não acontece nada com a artista.

Madame Le Brun finalmente chega à Roma e como os artista da época, ela faz o famoso Grand Tour para aprender sobre os mestres italianos e a cultura greco-romana. Le Brun consegue que suas obras sejam exibidas na Galeria Uffizi e recebe mais encomendas de retratos na Itália.

Lady Hamilton, Elisabeth Vigée Le Brun.

A artista tenta retornar a Paris porem ela não pode pois seu nome foi incluído numa lista de “imigrantes” (fugitivos da Revolução). Madame Le Brun é convidada pelo embaixador russo e então a artista viaja a Rússia onde passa os anos pintando para a alta nobreza e aristocracia.

Princesa Anna Alexandrovna Galitzin, Elisabeth Vigée Le Brun.

Para escapar das sanções dos revolucionários, seu marido pediu o divórcio, porém ficou com os lucros das obras da artista que ficaram para trás. Por causa de uma petição dirigida ao governo do Diretório na França, Madame Le Brun tem seu nome retirado da lista de imigrantes e pode finalmente retornar à Paris, onde volta a viver com seu ex-marido.

No ano de 1842, Madame Le Brun morre em Paris.

Referências:

https://fr.wikipedia.org/wiki/Élisabeth_Vigée_Le_Brun

4 comentários em “Elisabeth Vigée Le Brun, a pintora favorita de Maria Antonieta

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