Titanic: como foi o naufrágio do transatlântico mais famoso do mundo

O naufrágio do transatlântico Titanic é uma das tragédias mais famosas do mundo. Ela foi retratada no cinema pelo cineasta James Cameron, Titanic, um filme que foi um sucesso de bilheteria mundial, que ganhou 11 Oscars, perdendo apenas para Avatar, do mesmo diretor.

No início do século XX, a White Star Line era uma das mais importantes companhias marítimas do mundo, que operava grandes navios transatlânticos com motores a vapor e transportava passageiros, sendo uma das empresas com frotas de embarcações luxuosas.

Para competir com outras empresas do ramo, a White Star Line decidiu criar uma frota de navios luxuosos e rápidos, que ficaram conhecidos como navios da classe olympic. Eram três transatlânticos, que seriam os maiores da época: o RMS Olympic, RMS Titanic, o HMHS Brittanic. No ano de 1912, o navio RMS Titanic estava pronto para fazer sua primeira viagem inaugural.

O Titanic tinha 269 metros de comprimento por 29 metros de largura, e 32 metros de altura. Além disso, o navio tinha 3 motores a vapor, que eram alimentados por carvão, e trabalhadores braçais deveriam abastecer as caldeiras durante a viagem.

Quanto às acomodações, o Titanic era dividido em três classes, na primeira classe havia o melhor oferecido pelo navio, tinha restaurantes, cafés, academias, piscina, com decoração em madeira entalhada, tecidos nobres, tapetes, porcelanas chinesas etc.

A famosa escadaria do seu irmão gêmeo Olympic, infelizmente não existem imagens da escadaria do Titanic. (Domínio Público/Wikipedia)

Também tinha a carga transportada pelo transatlântico, que incluía toda a bagagem da primeira, segunda e terceira classe, e a carga normal que seria enviada para os Estados Unidos.

O navio deveria fazer sua primeira viagem de Southampton para Nova Iorque, com cerca de 2224 passageiros. No dia de 10 de abril de 1912, o Titanic partiu rumando aos Estados Unidos. Durante o percurso, o capitão do navio recebeu diversos alertas de iceberg na área, mas ignorou todos, mantendo a velocidade e o percurso original da embarcação. O Titanic deveria chegar no dia planejado.

Titanic partindo de Southamptons no ano de 1912. (Domínio Públco/Wikipedia)

Apesar dos constantes alertas, a tripulação e o capitão não conseguiam enxergar uma forma do navio estar em eminente perigo. Naquela época já havia tido colisões de icebergs com navios muito menores, que não resultaram num afundamento rápido. O Titanic era um dos navios mais novos e modernos que existiam, feito de aço, e deveria ser muito resistente, afinal tudo era grandioso e inovador nessa embarcação naquela época, no início do XX.

O capitão do navio era Edward Smith, um dos funcionários mais antigos e experientes da White Star Line. O irmão do Titanic, o Olympic, um dos três navios da frota da Classe Olympic, havia tido um incidente o qual Smith havia participado. Esse navio colidiu com uma outra embarcação, e o Olympic conseguiu retornar ao porto, apesar dos grandes danos.

Uma característica da engenharia do Titanic fez com que aumentasse a crença de que o transatlântico poderia sair de qualquer tipo de incidente com colisão. O navio foi construído com compartimentos separados, que poderiam ser selados no caso de uma inundação, então, se um deles inundasse, o resto do navio ainda poderia navegar.

Então, juntando a experiência do capitão com a excessiva confiança na engenharia dos navios modernos da época, principalmente o Titanic, tudo isso fez com que Smith não se preocupasse com os alertas de gelo.

Na noite do dia 14 de abril, pouco antes da meia noite, um dos dois vigias da torre de observação avistou um enorme iceberg logo a frente do Titanic, avisando ao primeiro oficial que decidiu virar o navio para evitar a colisão, mas era tarde demais. O enorme iceberg passou pelos cascos do Titanic rasgando cinco compartimento da sua estrutura submersa. Infelizmente, o transatlântico só conseguia flutuar com até quatro compartimentos inundados. O Titanic estava condenado a afundar naquela noite.

Colisão com o iceberg. (Domínio público/Wikipedia)

Embora o Titanic fosse um dos navios mais modernos operados naquela época, e fosse feito de aço, nas temperaturas baixas que a embarcação enfrentava, com a temperatura da água, que estava a aproximadamente -2 graus Celsius, na noite do dia 14 de abril, seu casco se tornou mais fragilizado e quebradiço. Então, o iceberg conseguiu causar danos severos na embarcação.

Não havia botes o suficiente para todos os mais de 2200 passageiros que estavam a bordo do navio. Muitos criticam o fato do Titanic não ter botes para todo mundo, mas na época não se considerava o cenário do naufrágio do transatlântico, sozinho a própria sorte, numa noite fria e escura. Era esperado que houvesse uma outra embarcação na área e os botes serviriam para transferir os passageiros do navio que fosse naufragar para outro de resgate.

Imagem gerada pelo bing.

O Titanic afundaria no oceano atlântico em apenas 2 horas e 40 minutos. Apenas 710 pessoas foram salvas do naufrágio, a maioria dos botes saiu com metade da capacidade. Ao todo 1178 pessoas poderiam ter sido evacuadas nos vinte botes salva vidas que estavam a bordo do Titanic, tornando a tragédia ainda maior.

Botes descendo, Charles Dixon. (Domínio Público/Wikipedia)

Ao final das 2:20 da manhã do dia 15 de abril de 1912, o Titanic finalmente foi tragado totalmente pelas águas e afundou, indo para o solo oceânico a 3800 metros de profundidade, levando consigo 1514 pessoas.

Essa naufrágio deixou uma lição sobre segurança marinha. A partir daquele momento os navios deveriam ter a quantidade de botes equivalente ao número de passageiros. Quando o Titanic foi construído, a White Star Line não havia quebrado nenhuma norma de segurança, pois naquele momento os naufrágios que aconteceram não tinham as características do desastre do Titanic.

Então, o número de botes que se encontrava a bordo do transatlântico estava até acima do exigido para embarcações como o Titanic, que eram o mínimo de 16 botes, o navio tinha 20 botes.

Na noite do naufrágio, existia uma embarcação que se encontrava suficientemente próxima do Titanic no momento do naufrágio, que chegou a avistar o transatlântico, mas na noite escura, era difícil ver que ele estava afundando, esse navio era o SS Californian.

SS Californian. (Domínio Público/Wikipedia)

Ao avistar essa embarcação, a tripulação do Titanic tentou sinalizar, tentando pedir socorro, mas naquela época também não existia uma norma sobre quais tipos de sinalizadores seriam os de emergência.

E a tripulação do Californian viu o que achou que eram foguetes brancos. Era comum naquele tempo que um navio sinalizasse para outro quando estes estavam de passagem, portanto eles não tinham certeza se era esse tipo de sinalização ou se o Titanic estava precisando de ajuda.

Então o capitão do Californian foi alertado sobre essa situação e ordenou que seus oficiais sinalizassem ao Titanic usando uma luz morse, que são refletores, em direção ao Titanic, perguntando precisavam de ajuda. Eles fizeram isso durante a madrugada, mas nunca obtiveram um retorno da tripulação do Titanic. A partir das 2:20 da madrugada eles pararam de enxergar o Titanic.

O SS Californian já havia mandado uma mensagem para o Titanic uma hora antes da colisão com o iceberg, avisando que eles estavam presos em volta de muito gelo. Isso explica o porque da tripulação não ter sido tão proativa quando viu o Titanic, além disso, a própria noite fria fez com que ficasse difícil identificar qual era a situação real do navio da White Star Lines, pois existe um fenômeno de hiper refração, e de certos ângulos as luzes do Titanic “desapareciam”. Isso foi uma hipótese testada quando a tripulação do Californian deu seu depoimento às autoridades que investigaram o naufrágio do Titanic.

O navio RMS Carpathia respondeu as chamadas de emergência do Titanic, mas infelizmente não conseguiu chegar a tempo, chegando apenas as 4 horas da manhã, mais de uma hora e quarenta minutos após a total submersão do transatlântico. A embarcação recolheu as pessoas que conseguiram chegar aos botes do Titanic, mas devido ao tempo, e a formação de gelo, só conseguiu chegar aos Estados Unidos três dias depois. Mostrando como a área onde o naufrágio ocorreu estava praticamente inavegável.

Felizmente, depois de 111 anos, não houve uma tragédia nas dimensões do que aconteceu com o Titanic, pois os protocolos de segurança foram atualizados, foram criados padrões para sinalizadores, a tripulação passou a ser treinada para situações de emergência que exigisse a evacuação total dos passageiros em botes salva vidas e os alertas de gelo passaram a ser levados a sério.

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