Frans Floris de Vriendt nasceu no ano de 1519 na Antuérpia, uma região flamenga. O artista fez parte do movimento artístico do Renascimento do Norte, que ficou conhecido como Romanismo. Essa nova corrente artística que ficou conhecida pelo nome de Romanismo se refere aos artistas que viajaram à Roma para estudar os artistas do Renascimento, principalmente Michelangelo e Rafael, e voltaram ao Norte para pintar seus novos estilos artísticos aprendidos na Itália.
Uma das obras de Rafael Sanzio que mais influênciou os artistas posteriores a ele foi a pintura chamada de Trasnfiguração.

A palavra romanismo foi criada por historiadores de arte do século XIX por causa das mudanças nas técnicas artísticas que eles notaram nos artistas flamengos do norte que passaram a pintar figuras mais alongadas e os temas passaram a ser mitológicos. Embora Rafael não seja um pintor que tenha feito muitas obras com esse assunto, preferindo temas mais religiosos, o contexto de guerra religiosa vivido nos Países Baixos fazia com que os artistas preferissem pintar outros gêneros.
Frans Floris se encaixa no Romanismo, o artista treinou com o renomado pintor Lambert Lombard. Floris se tornou membro da Guilda de São Lucas da Antuérpia e foi encorajado a viajar para Roma. Quando retornou à Antuérpia, Frans Floris se tornou um pintor renomado e muito procurado, uma das pinturas do artista se chama O Despertar das Artes.

O Despertar das Artes é uma pintura com características maneiristas, as figuras retratadas nessa obra apresentam uma pose alongada e contorcida. A escolha da paleta de cores como o verde, rosa e amarela também são elementos do movimento artístico maneirista. A escolha por representar figuras greco-romanas é algo que coloca Frans Floris como um artista romanista. A pintura pode ser considerada uma alegoria sobre o despertar das artes.
Uma outra pintura romanista de Frans Floris se chama Vênus e Marte.

Vênus e Marte também é uma pintura com características maneiristas, o grupo de deuses que aparecem no plano de fundo são consideradas como sendo parte do movimento maneirista, assim como a imagem dos dois deuses, Vênus e Marte que estão em proporções bem mais alongadas que as normais. O uso do fundo preto também é uma característica do maneirismo. O romanismo fica pela escolha do tema de deuses greco-romanos que o artista optou, algo que deve ter vindo de sua experiência na Itália.
Além de pintar temas greco-romanos, Frans Floris também fazia retratos, como podemos ver na pintura abaixo, chamada de Retrato de uma Senhora Idosa.

Retrato de uma Senhora Idosa faz parte de um dos poucos retratos que o artista pintou, existem estimativas de que Frans Floris pintou cerca de doze retratos em sua carreira artística. Essa pintura mostra que o artista era um pintor detalhista, que representou tanto a senhora quanto seu pet, que se encontra do lado esquerdo dessa pintura. A obra não possui características barrocas e nem maneiristas, mas sim um estilo próprio do artista. Nesse retrato podemos ver os trajes típicos da época, além da expressividade da senhora que Frans Flores mostrou nessa pintura.
Apesar dos artistas dos Países Baixos evitarem pintar temas de cunho religioso, de vez em quando eles acabavam retratando esses temas, com Frans Floris não foi diferente, o artista pintou a obra chamada A Queda do Homem.

A Queda do Homem é uma pintura que retrata o momento do Gênesis que Eva oferece o fruto proibido à Adão. Frans Floris pintou essa parte da história usando características maneiristas como o fundo preto, os corpos de Adão e Eva estão com proporção mais alongadas que o normal e apresentam certa contorção, o artista mostra o momento bem anterior ao ápice da história, por isso que a pintura é classificada como maneirista e não barroca, a nudez parece coberta por ramos de folhas.
Frans Floris pintou um autorretrato quando fez a obra chamada de São Lucas Evangelista.

São Lucas Evangelista é uma pintura que seu amigo Richard Aertsz posou como São Lucas, e o homem que aparece na parte de trás, moendo alguma coisa, é o próprio Frans Floris, o artista se autorretratou nessa parte da pintura.
Os historiadores acham que muitas pinturas foram perdidas na época da iconoclastia que aconteceu na Antuérpia, em que muitas obras de arte se perderam nesses atos de destruição. Muitas pinturas de retábulos e temas religiosos foram destruídos nessa época, então qualquer obra desse tipo que o artista tenha feito acabou se perdendo.
Frans Floris acabou se endividando no fim de sua vida, e acabou morrendo no ano de 1570.
Referências e Imagens:
https://en.wikipedia.org/wiki/Frans_Floris
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