Charles Le Brun, o pintor oficial da corte de Luís XIV

Charles Le Brun nasceu no ano de 1619 na cidade de Paris na França. O artista foi um dos favoritos do rei absolutista Luís XIV, o monarca da França. Le Brun foi o diretos da Académie royale de peinture et de sculpture, uma renomada instituição artística francesa. O artista foi um dos responsáveis pela decoração do palácio de Versalhes, especificamente um dos cômodos mais famosos do lugar, a Sala dos Espelhos.

O artista demonstrou interesse pela arte desde quando era criança, Charles Le Brun fazia entalhes e esculturas. Graças à essa demonstração de talento, o artista foi aceito no estúdio do pintor e gravador François Perrier. Seu mestre foi o co-fundador da Académie royale de peinture et de sculpture. Uma das pinturas de Perrier que mostram qual foi o aprendizado que Le Brun recebeu se chama O Sacrifício de Ifigênia:

O Sacrifício de Ifigênia, François Perrier.

Perrier demonstra características barrocas em suas pinturas. O artista se utilizou da dramaticidade do barroco, dos contrastes e da escolha de cena.

Charles Le Brun também treinou com o artista Simon Vouet. O outro professor de Le Brun tinha o cargo de Premier peintre du Roi. Vouet também era um pintor barroco como podemos ver no retrato de sua esposa, Virgínia da Vezzo.

Virginia da Vezzo, Simon Vouet.

Simon Vouet mostra em sua pintura o uso de fundo escuro, uma característica do barroco, os contrastes e a iluminação dessa pintura, remetem ao estilo barroco de Caravaggio.

Le Brun chamou a atenção dos seus professores e de outros artista, por causa disso, Charles Le Brun recebeu uma grande encomenda para pintar uma tela que seria colocada numa capela da Igreja do Santo Sepulcro, o nome dessa pintura é O martírio de São João Evangelista:

O martírio de São João Evangelista, Charles Le Brun.

Na pintura acima vemos que Charles Le Brun mostra características maneiristas em sua pintura, apesar de seus dois professores serem barrocos. O artista se inspirava no pintor barroco Nicolas Poussin. Le Brun utiliza fortes contrastes com a cor preta e uma iluminação dramática para retratar essa cena do martírio de São João Evangelista. O artista também utilizou como referência as pinturas de Peter Paul Rubens, um pintor barroco extravagante.

Charles Le Brun tem o desejo de viajar à Roma, nessa empreitada ele acabou se encontrando com Nicolas Poussin. Durante sua estadia em Roma, o artista viu muitas obras de arte e retornou à França com diversas pinturas. Esse encontro com Poussin deve ter tido um grande impacto em Charles Le Brun, pois após sua viagem à Roma, suas pinturas passaram a ter um toque do barroco francês de Nicolas Poussin. Podemos perceber essa evolução artística em sua pintura chamada de Mucius Scaevola na frente de Porsenna:

Mucius Scaevola na frente de Porsenna, Charles Le Brun.

Em Mucius Scaevola na frente de Porsenna o artista passou a pintar cenas com fundo menos escuro do que ele estava pintando antes, a suavidade do barroco de Nicolas Poussin, vemos uma cena teatral e dramática, além do uso do azul e verde para fazer os contrastes do cenário.

Podemos ver o mesmo estilo de pintura em sua obra, Cristo descendo da cruz:

Cristo descendo da cruz, Charles Le Brun.

Nessa obra existe o mesmo fundo do cenário do que em Mucius Scaevola na frente de Porsenna. Em Cristo descendo da cruz existe quase o mesmo contraste da outra pintura do artista. Charles Le Brun aprendeu como pintar no melhor estilo do barroco francês de Nicolas Poussin.

Apesar do artista ter começado a produzir pinturas um pouco parecidas com as obras de Nicolas Poussin, Charles Le Brun não abandonou completamente seu estilo de pintura do começo de sua carreira artística, como podemos ver em O Golpe da Rocha:

O Golpe da Rocha, Charles Le Brun.

Em O Golpe da Rocha, Charles Le Brun combina um cenário com um fundo um pouco mais escuro do que suas outras pinturas da mesma época. Além de existir uma iluminação de palco, que coloca personagens em primeiro e segundo plano. O artista aprendeu a usar a cor azul em suas composições.

Charles Le Brun é conhecido por ser um artista que recebeu muitas encomendas para decorar o interior de edifícios, um de seus trabalhos, Apollo e as horas, foi feito para o Hotel de La Rivière.

Apollo e as horas, Charles Le Brun.

O artista também recebeu uma encomenda para o interior da Galeria Hercules no Lambert Hotel, Le Brun usou aquelas técnicas que eram utilizadas no interior de igrejas, que combinava a arquitetura com a pintura criando um efeito tridimensional, uma técnica chamada de quadrattura. Uma das pinturas de maior destaque feita pelo artista é a A Batalha dos Centauros de Arcadia:

A Batalha dos Centauros de Arcadia, Charles Le Brun.

Antes de receber sua famosa encomenda para decorar o Salão dos Espelhos em Versalhes, Charles Le Brun já havia trabalhado para Luís XIV para fazer pinturas no interior do Louvre como a decoração que ele fez na galeria Apollo:

Seu trabalho mais famoso sem dúvidas é a decoração do Salão dos Espelhos. Charles Le Brun é livre para pintar o interior desse salão, uma das pinturas mais chamativas ficam no teto desse lugar:

Teto do salão dos espelhos.

O artista era um dos favoritos do ministro Colbert quando outra pessoa assume o cargo de Colbert, Charles Le Brun é deixado de lado. Charles Le Brun morreu no ano de 1690.

Referências e imagens:

https://fr.wikipedia.org/wiki/Charles_Le_Brun

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