D. Pedro I – Do auge à queda

O primeiro imperador do Brasil, Dom Pedro I, foi o grande responsável pela independência do Brasil em relação à Portugal. Por causa desse ato de declaração de independência, Dom Pedro I foi considerado um herói na época. Porém, o Imperador começa a perder essa popularidade com diversas medidas que ele toma em seu governo. Veja quais foram esses atos que levaram Dom Pedro a quase ser expulso do país.

“Fica Dom Pedro!”, o dia do Fico e a independência

Quando o seu pai, D. João VI voltou para Portugal, Dom Pedro I se torna o Príncipe Regente do Brasil. O então Príncipe Regente começa a governar o Brasil com uma certa autonomia em relação a Portugal, pois todos os decretos vindos de lá precisam passar pela aprovação do príncipe. Dom Pedro ganhou popularidade quando começou a governar o Brasil dessa forma independente.

Porém, Portugal é contrário a toda essa independência que D. Pedro I demonstra em seu governo como o Príncipe Regente. As elites portuguesas começam a pressionar pela volta de D. Pedro I para Portugal. Então as pessoas que estavam aqui no Brasil fizeram um abaixo-assinado pedindo para D. Pedro I ficar no Brasil. Quando o príncipe recebeu esse documento teria dito: “Se é para o bem de todos e felicidade geral da Nação, estou pronto! Digam ao povo que fico”, esse dia ficou conhecido como dia do fico.

Dia do Fico.

A elite portuguesa, em reação a liberdade de governar de Dom Pedro I, fez uma carta determinando ao Príncipe Regente que voltasse imediatamente à Portugal. Devido a essas constantes pressões vindas de Portugal, somadas a essa exigências, Dom Pedro I decide romper com Portugal e declarar a independência do Brasil. Como o documento que exigia a volta de D. Pedro I chegou no Brasil quando ele estava em viagem a Minas Gerais e São Paulo, mandaram um mensageiro entregar esse documento o mais rápido possível à D. Pedro I. Então acontece a Proclamação da Independência na beira do rio Ipiranga, embora D. Pedro I tenha de fato proclamado a independência quando estava em viagem, essa proclamação a beira do rio Ipiranga é um mito. Após a proclamação, Dom Pedro se torna o primeiro imperador do Brasil e sua popularidade está altíssima, por enquanto.

Constituição de 1924 – o poder moderador

O Brasil precisava de uma constituição após a independência do Brasil, que se tornou um império. tendo o D. Pedro I como o Imperador. Foi reunida uma Assembleia Constituinte, que seria responsável por elaborar e aprovar a nova constituição. Havia dois grupos políticos que ficaram conhecidos como partido português e partido liberal, além de ter José Bonifácio como um grande articulador da elaboração dessa constituição. E havia o Imperador Dom Pedro I.

Com todos esses grupos e pessoas com ideias diferentes e o Imperador que queria manter seu poder é claro que não deu certo. O partido liberal queria uma administração menos centralizada e mais republicana, enquanto o partido português queria a centralização e o poder monárquico. A desavenças entre Dom Pedro I e os deputados que estavam na Assembleia Constituinte. A constituição que seria feita por esses deputados ficou conhecida como constituição da Mandioca, pois tinha um dispositivo que dizia que a participação no governo era limitada a proprietários de terras.

Assembleia Constituinte.

Dom Pedro I manda fechar a assembleia e com ajuda de um pequeno grupo, elabora uma constituição que tem a divisão dos 3 poderes e o poder moderador, que era um dispositivo que autorizava Dom Pedro I a intervir em todos os assuntos do governo, inclusive no legislativo. A Carta de 1824, foi outorgada (imposta) e era uma constituição com um certo caráter liberal, pois garantia os direitos de propriedade mas com o regime de governo sendo uma monarquia hereditária. Essa constituição ficou conhecida por essa peculiaridade do poder moderador. Além de ter sido uma constituição que centralizava o governo na capital do Brasil na época, Rio de Janeiro, que inclusive era onde Dom Pedro I morava.

O autoritarismo de Dom Pedro I

Esta constituição tornava o país oficialmente católico mas era o imperador que ditava quem ocuparia os cargos religiosos no Brasil, controlava as finanças da Igreja e decidia se as bulas papais seriam aceitas ou não. Ou seja, na prática, Dom Pedro I era o chefe da Igreja Católica no Brasil, e não o Papa, que é o verdadeiro chefe da Igreja Católica. Essa lei na constituição era chamada de Beneplácito Régio.

A Carta de 1824 não agradou a diversos setores(elite) da sociedade, e trouxe para Dom Pedro I muitos problemas. A Igreja não ficou contente com o Beneplácito Régio, pois não queria perder o poder para o imperador. Por causa dessa constituição considerada autoritária, eclodiu a Confederação do Equador, que foi uma revolta separatista, que queria viver sob um regime republicano e começou em Pernambuco.

O Imperador responde violentamente a essas revoltas separatistas, condenando à morte um dos líderes da revolta da Confederação do Equador, o Frei Caneca.

Guerras e Dívidas

Dom Pedro I também teve que enfrentar uma guerra pelo território da Cisplatina com a Argentina. Essa guerra acaba por intermédio da Inglaterra que via a Cisplatina como uma região economicamente importante. E o território da Cisplatina se separa do Brasil e isso leva a criação do Uruguai.

Guerra da Cisplatina.

Toda essa conjuntura acaba num grave crise econômica, pois financiar uma guerra custa caro, o Brasil ainda teve que pagar uma grande indenização a Portugal por causa da independência. Dom Pedro I continua sendo o herdeiro do trono português apesar de ser imperador do Brasil.

Quando o seu pai, Dom João VI, morre ele consegue colocar no trono português sua filha Maria da Glória que ainda era criança, sob a tutela do seu irmão, Dom Miguel. Porém seu irmão deu um golpe de estado e assume o trono de Portugal.

O assassinato da imagem de Dom Pedro I

Eclode muitas revoltas no Brasil devido ao autoritarismo do Imperador, Dom Pedro I reprime essas revoltas violentamente. No meio desse clima tenso, o jornalista Líbero Badaró é assassinado. Esse jornalista era dono de um jornal importante na época, O Observador Constitucional. Ele era um ferrenho crítico de Dom Pedro I. Embora o imperador não tivesse sido mesmo o responsável direto pela morte de Badaró, ele foi considerado o culpado por isso. O enterro de Líbero Badaró causou comoção e virou uma grande manifestação contra o imperador.

Líbero Badaró por Tancredo Amaral.

D. Pedro I abdica do trono e deixa seu filho como seu sucessor, que era conhecido pelo nome de Dom Pedro II, que na época tinha 5 anos de idade e não podia assumir o trono do seu pai.

E José Bonifácio?

José Bonifácio foi um político e grande articulador da independência do Brasil, ele aproximou D. Pedro I dos ideais emancipacionistas. Porém D. Pedro I se mostra muito autoritário durante o tempo, e José Bonifácio acaba rompendo relações com D. Pedro I é exilado do Brasil.

José Bonifácio.

Mas o Imperador D. Pedro I, acaba revogando o exílio e permite a volta de José Bonifácio. Quando D. Pedro I abdica do trono e volta para Portugal, ele faz de José Bonifácio o tutor do seu filho, D. Pedro II.

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