A arte de escrever: ser ou parecer um bom escritor

“…Todo escritor medíocre procura mascarar seu estilo próprio e natural.”

Schopenhauer

Existe uma linha tênue que separa o escritor com jeito original e brilhante de um prolixo, que usa palavras demais para parecer culto. William Shakespeare, o maior escritor de todos os tempos, utiliza 100 páginas em média para escrever uma peça de teatro como Macbeth, Hamlet, Romeu e Julieta etc.

Uma porção de filósofos e escritores, tidos como os melhores, conseguem sintetizar uma ideia ou narrativa complexa em poucas palavras. Thomas Hobbes, em sua obra Leviatã, constrói todo o Estado e seu aparato em apenas 550 páginas. Aristóteles tem um compilado de escritos sobre Política que preenche 350 páginas.

Esses exemplos mostram que escrever com clareza é um traço de genialidade e quanto maior a prolixidade menos um autor tem a dizer.

Para Arthur Schopenhauer a primeira regra de um bom estilo é que se tenha algo a dizer*. O filósofo faz críticas diretas ao uso (por parte dos escritores) de expressões cheias de preciosismos, frases difíceis e alusões obscuras.

Usar palavras a menos também é um erro, pois a clareza de um texto não é consequência do uso reduzido de palavras, é o contrário. O pensamento deve ser conciso e sintético, e então o texto será assim.

Parecer um bom escritor é mais fácil do que ser um bom escritor.

*A arte de escrever, Schopenhauer, pág 84, editora L&PM Pocket.

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