Texto escrito por Ana Paula
Afrodite Urânia (Celestial) e Afrodite Pandêmia (Popular) são dois epítetos(adjetivos) da deusa do amor que eram utilizadas pelos gregos para fazer a distinção entre o amor espiritual e o terreno (do corpo). Assim poucos sabem que para os filósofos existiam duas faces da deusa do amor, e pouco se fala disso.
Após a leitura da obra O Banquete, de Platão; admiramos o método de argumentação de que eles desfrutavam, onde sentavam todos numa mesa, algum escolhido presidia e perguntava, então cada um respondia com uma proposição filosófica. Por isso decorre esse nome do livro consultado nesse texto, O Banquete, onde todos estavam levemente embriagados, apesar de terem se proposto a não beber. Parece que a maioria das confabulações grupais geralmente eram feitas com grande quantidade de álcool no cérebro.

“Indagações com base no amor”
Existe no diálogo a menção de diferença entre o amor de amantes e o amor de amado, esse é o mais nobre deve ser muito mais difícil receber esse amor e corresponder do que simplesmente dar amor. Além disso tem o amor de espírito e o amor corporal (correspondente às duas formas de Afrodite). Ele também fala na justiça indiretamente, julgando práticas como aquiescência do amor e dos amados e isso em público com ações extravagantes.
Com base nos valores da época, eles definem o que é certo e errado a partir do conceito de Belo. Parece que Amor e Belo andam juntos e eles discorrem sobre o que é “Belo”: é algo belo feito de maneira bela – ênfase na maneira como é feito, ou seja, como a maneira de falar, de lidar, de agir importa no amor (essa é minha conclusão pessoal).
Portanto, para ser Belo e aceito pelos deuses ou enobrecido pelos homens, deve a pessoa seguir os costumes corretos (Belos) e também da maneira correta, que seria observar a idade mínima para se envolver num caso como amor (para o filósofo em questão seria quando as barbas crescem no homem. Sobre a mulher eu não discorrerei, já que eles distinguem o amor de homem e mulher com ideias ainda muito retrógradas que hoje nem vale a pena comentar). Quer dizer que se alguém ama mas para isso faz coisas tidas como “feias“ isto para ele não é nobre, como corromper os jovens, por exemplo. Ele diz que em algumas cidades isso não é tido como feio, mas que ele próprio condena essa atitude. A leitura do Banquete é um convite à reflexão de mente aberta, onde a busca pela sabedoria prevalece, há muita bajulação de Sócrates por parte de Platão mesmo que nas palavras do discurso isso seja condenado.

Livro citado no texto:
O Banquete, Platão
*tive que tirar o botão curtir por brigas com o google e a indexação…